BREVE TRATADO SOBRE JOÃO VIEIRA PINTO
pelo Professor Astrólogo Quarlos Eirós, Caramba!
1 – Introdução
A 19-08-1971, o Bairro do Falcão, no Porto, via nascer o seu filho mais pródigo: João Vieira Pinto. Não cabe aqui recordar o golo ao saudoso Karl Marx Stadt, marcado com as cores boavisteiras. Não cabe aqui recordar o Hotel Marbella. Não é este o espaço para lembrar a noite de 14 de Maio de 1994 e o 6-3 ao Sporting. Não é este o lugar para recordar a época de 2001-2002 e as assistências para Mário Jardel.
2- Objectivos
Esta pequena monografia toca, ainda que ao de leve, levemente, num aspecto fulcral na carreira de João Pinto, completamente ignorado pela maioria das pessoas: falamos, obviamente, do rosto, da visage, do frontispício deste jogador. Uma espécie de Dr Jeckyll e vários Mr Hydes da bola. Com efeito, a progressiva deformação do trombil de João Vieira Pinto há muito que merece um estudo. JVP é um caso sério de erosão temporal facial. Onde está o miúdo de ar dócil, porém paternal, que em 1991 foi ver as modas a Madrid? Onde está o jovem de ar sorridente que em 1992 se tornou na eterna grande promessa do futebol português para a Luz? Onde está o homem que, em 1997, com a gravata vermelha ainda mais pirosa que a do seu presidente (1), assina um contrato vitalício de três anos? A resposta é simples. A cara de João Vieira pinto mora nos cotovelos de uma pessoa chamada João Paulo Maio Santos, aka Paulinho Santos.
3- Exemplos e Teorias
Atentemos no seguinte quadro pintiano que aqui publicamos em exclusividade:
Fácil é a descoberta de uma divisão em três momentos, três estádios da involução do rosto de João Pinto.
O primeiro estádio, o Iniciático, entre 1991 e 1994 (fase pré espancamento pauliniano) mostra-nos um jovem rapaz robusto, esperto, com confiança num futuro melhor para ele, para a humanidade e para o futebol português. Transpira-se confiança e vontade de vencer.
O segundo estádio, o Intermédio, datado de 1996, mostra-nos um homem que já tem menos confiança que nos anos e estádios anteriores e mostra, inclusivamente, as queixadas levemente descaídas para a sua direita, fruto de um primeiro contacto com o cotovelo de João Paulo.
O terceiro estádio, o Pós Moderno, mostra-nos um jogador cuja testa se auto alargou, ostentando uma cicatriz do seu lado direito(quiçá da murraça levada pelo mítico Sérgio Marquês num jogo treino com o Estrela da Amadora). Os queixos continuam a descair para a direita com a consequente perda de grossura do lábio inferior. Nestes anos, tempos houve em que a cara de Vieira Pinto era um autêntico batatal Pauliano. Primeiro o nariz, depois o maxilar inferior: o jogador do FC Porto esculpia uma ode caxineira no trombil do menino do Bairro do Falcão.
É nessa altura que João Pinto se imortaliza na História das Conferências de Imprensa em Portugal: de maxilar partido, o jogador, durante um mês, andou a alimentar-se apenas e só a líquidos. Instado a pronunciar-se sobre a sua diatribe com Paulinho Santos, foi-lhe colocada a seguinte questão: “está disposto a perdoar Paulinho Santos?” João Pinto, em visíveis dificuldades comunicativas, revira os olhos duas vezes, franze o sobrolho, e consequentemente, faz tremer todo o maxilar inferior. Da sua boca, numa articulação fonética compreensível apenas para os ouvidos mais apurados, sai apenas e só uma interrogação brutal: “Outa bez?”
4 – JVP Diabólico.
Proporcional e reflexamente à desintegração/envelhecimento precoce do rosto de João Pinto, nota-se, no próprio jogador, uma raiva cada vez mais contida (confirma a paz assassina na foto de 1998) aliada a um descontrolo e descompensação emocional prestes a explodir a qualquer momento (veja-se a prenunciativa cara do ano 2000 e diga-se se não dá para notar que o rapaz ia fazer asneira grossa em 2002?). Aliás, muitas são as vozes – incluída a minha - que não têm dúvidas em afirmar que João Vieira Pinto, ou pelo menos o seu corpo, se encontra, desde 2002, possuído por espíritos malignos, inclusivamente o do Diabo. Se não fosse assim, que diabo (lá está) poderia explicar as imagens que se seguem? Veja-se com atenção:
Imagem 1
João Pinto, possuído e completamente “cego”, tenta partir a perna em 3 sítios diferentes a um jogador coreano.
Imagem 2
Ao ver o cartão vermelho mostrado por Angel Sanchez, JVP lança-lhe um olhar assassino terrível, capaz de assustar os mais susceptíveis. O meu filho, ao ver este olhar, fugiu para o quarto, escondeu-se debaixo da cama e esteve um dia inteiro a chorar e a tremer e duas semanas com uma tosse cavernosa.
Imagem 3
Ao aperceber-se da irreversibilidade dos cartões vermelhos (facto curioso, é certo), JVP tenta atingir o rim esquerdo de Angel Sanchez e, de olhar exasperado, tenta abocanhar o nariz do juiz argentino, numa tentativa de o deglutir (a ele, juiz). Tal tentativa foi prontamente evitada pelo racionalismo cartesiano e frieza nórdica de Armando Teixeira Petit e Jorge Paulo Costa Almeida.
Imagem 4
Julho de 2004. João Pinto é apresentado no Bessa. Na conferência de imprensa, não consegue conter o espírito maligno que o habita e num diabólico gesto, fecha os olhos mantendo-os abertos. Estávamos no momento em que o jogador explicava que não asssinou por dinheiro. A imagem diz mais que mil palavras. Era mais do que um simples João Pinto que tínhamos ali à frente.
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(1)Só ultrapassável, a nível de parolice, pela grossa camisola cor de salmão usada por Norton de Matos, em pleno Julho de 2000 nos comentários ao euro belga-holandês. Tal momento e tal camisola mereciam, de per si, um post autónomo ou, até quem sabe, um blog.
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