13.5.04

Caros leitores:
É com enorme satisfação que, após uma tripla operação ao menisco, os autores e os cantautores deste blog voltam às lides pós modernas, depois de quase um mês eremítico, passado entre salas de operações, copos e junkies e alguns jogos do campeonato argentino.
Muito se passou no mátrio futebol, entretanto. Tanto que as tergiversações que em seu redor se tecem ocupariam três ou nove blogs. Assim e por mera álea, escolheriamos o "e eu perguntei-lhe the why?" pergunta belíssima feita por Iussuf Mourinho a um árbitro, aquando do FCP-Depor, escolheriamos a Cavalgada das Valquírias feita pelo Sporting rumo ao terceiro lugar, ou mesmo os "erros meus, má fortuna, amor ardente" da eliminação do ex-glorioso pelo Internazionale FC (isto sem descurar, obviamente, o fim do reinado semi-coreano do norte, à la Kim-Il-Sung, do quase-dr Pimenta Machado em terras de Vímara Peres). Contudo, nada disto se coteja a um escaldante Newell's Old Boys - Rosario Central. É cada vez mais assumido que o cerne, o fulcro, o fio de prumo e a directriz da pós modernidade estão no campeonato argentino, talvez pela simples razão de que quem entra num estádio, a um domingo à tarde, para ver a bola, não sabe se vai jantar a casa nesse dia, ou melhor, não sabe se vai voltar a jantar mais alguma vez. Mas isso são outras questões e diatribes que, em sede própria, serão aqui abordadas.
Por agora, ficamo-nos com uma questão de fronteira, de raia, que traduz um novo desafio lançado por um leitor norte americano, devoto do campeonato português: a destrinça, via imagens, do que é a raça e do que é a borra, dois conceitos pós modernos já aqui abordados.
Sem mais delongas, vamos às imagens.
Um bem haja revigorante,
AuJusto
AuMárcio
Quarleirós



RAÇA (capilar)


BORRA (capilar)


RAÇA (a fúria)


BORRA (nominativa: Minervino é um nome anti-raçudo)


RAÇA (neandertálica)


BORRA (flaviense)


RAÇA (ferroviária)


BORRA (calva)


RAÇA - BORRA - RAÇA (o Marlon era um tipo muito dado á borra, tendo mesmo chegado a desmaiar)


BORRA - BORRA - BORRA

e finalmente,

O caso académico do tridente ofensivo do União da Madeira (desenvolvido, algures, aqui)
Chegados a este ponto, estamos verdadeiramente obstipados das ideias: será este vórtex unionista exemplo de raça ou de borra? Se repararmos bem na densidade ocular de Lepi e Jovo, pensamos em raça. Manu antolha-se como um caso de muita e pura borra. Ninguém se ri desta forma jogando no União da Madeira: não há razões para rir. Porém, o quadrado bocal de Lepi, a triangularidade do seu rosto, o seu petit nom e a sua prestação em campo são sinónimos inegáveis de borra. O mesmo se sucede com o negativismo obscurantista de Jovo e, claro, com sua alcunha que parece a conjugação do verbo chover na primeira pessoa do singular, dita por um fanhoso ("eu jovo").
Respostas precisam-se e este espaço mais não é que uma ágora que agora (trocadilho fácil, mas irresistível) se abre aos leitores e às suas opiniões.