23.3.04


Um adeus português.
Umas lunetas sempre
raybantemente YMCA.


CALISTO WAVES GOODBYE VIETNAM

Foi com alguma consternação que recebemos a seguinte notícia que aqui reproduzimos, pelo dever - neste caso doloroso - de informar os leitores sob os desígnios dos agentes pós modernos do nosso futebol.

Caríssimos,
Ao ler a notícia que cordialmente vos envio confesso que, desde logo, à cabeça me veio a mais óbvio e pós-moderna das questões: "E agora, Vietname?" De facto, é com preocupação que assisto ao declínio daquela que era uma das selecções melhor orientadas, que surgia em campo impávida,com um fio de jogo sublime, a roçar a perfeição e capaz de fazer "dar a borra" a qualquer colosso mundial... Mas agora tudo mudou... E que fazer? Caríssimos, sou sincero e assumo de plena consciência: "Não sei!" Aliás, julgo até que nem o descontrucionista Derrida saberá... É um dia de luto para o futebol vietnamita, asiático e mundial...

CALISTO, não desisas!!!

Sem mais assuntos e cordiais agradecimentos,
C. Pinto


Vietname contrata novo seleccionador, Calisto confirma rescisão

Federação do Vietname anunciou Edson Tavares como novo seleccionador principal. É um regresso do treinador brasileiro de 48 anos ao comando técnico da equipa nacional vietnamita depois de já em 1995 se ter tornado no primeiro estrangeiro a orientar aquela selecção. Edson Tavares vem substituir o coreano Nguyen Thanh Vinh, que comandava interinamente o Vietname enquanto a Federação procurava outro treinador. Com a chegada do técnico brasileiro tornou-se clara a saída de Henrique Calisto da equipa técnica da selecção vietnamita.
Isto depois de algumas dúvidas que surgiram em relação à posição do treinador português no seio da federação. Os meios de comunicação social locais já davam como consumada a saída de Henrique Calisto há muito tempo, afirmando que o seleccionador em 2003 foi o austríaco Alfred Riedl, o qual abandonou entretanto a selecção. Henrique Calisto, em declarações ao Maisfutebol, disse que não, que em 2003 foi ele o seleccionador local, cargo que acumulou com a orientação do Down Town, uma equipa do campeonato local que segue posicionada a meio da tabela.
Segundo Henrique Calisto, «Alfred Riedl era o treinador da selecção sub-23». «Eu era o treinador da selecção principal, mas em 2003, depois de 2002 termos disputado a Tiger Cup, uma espécie de campeonato da Europa aqui do sudoeste asiático, na qual ficámos em terceiro lugar, não houve mais jogos da selecção principal», adiantou o treinador português. Confirmando a rescisão do contrato com a federação, Henrique Calisto disse apenas que tal se verificou devido a um desacordo financeiro. «O meu contrato terminou e não houve entendimento em relação às verbas. Por isso saí e não fiquei nada desiludido».

NOTA DA REDACÇÃO - Obviamente que o teor desta notícia confirma a total pós modernidade de Calisto: com efeito, a confusão sobre quem é o seleccionador nacional pode ser vista - como o frisou Aurárcio Mélio nos seus "Prolegómenos de Toda a Metafísica do 4X2X4" - como um factor de confusionismo (e não confucionismo) pós modernista. Aliás, o sonho de qualquer selecção pós moderna é não saber quem é, verdadeiramente, o seu seleccionador. Um caso que não é novo (vide Portugal 84 e os seus 4 mosqueteiros e Portugal 86 e o díptico Zé Torres-Ruy Seabra). É caso para dizer que, mesmo depois de estalar chicotes, o Rei da Retranca continua a Pósmodernizar.
Quarlos Eirós.