3.11.03


O professor Szabo numa foto "tipo passe". Na imagem da direita, Szabo
(ao fundo, de mãos nos bolsos, a gritar "entrosa, Lászlo, entrosa"),
a aplicar metodologias pós modernas num treino.

COMPREENDER O PÓS MODERNISMO NO FUTEBOL

5 - O PRIMEIRO DOS PÓS MODERNISTAS?

Um tributo ao Professor Anton Szabo
Por Augusto Justo, membro da Carbonária

“Enquanto estilo extremamente individualista, o futebolista pós-moderno opera a libertação da marcação dura do defesa adversário mediante o recurso ao jogo de vista. Já não se devem usar encontrões ou jogadas semi rasteiras. Esses são exemplos de modernismos iluministas, dos quais a maioria dos jogadores ainda não conseguiu fugir. Jogem à bola, meus filhos das p**as”. Foi com estas belíssimas palavras que o professor Anton Szabo instruiu a primeira equipa pós moderna da europa, o MTK Budapeste, no intervalo de um jogo com o Tatabanya. O jogo encontrava-se empatado a uma bola e havia toda uma segunda parte pela frente. As palavras sábias de Szabo ecoaram num balneário atónito. O resultado foi uma expressiva derrota do MTK por 6-1, em apenas trinta minutos. A mentalidade dos jogadores do MTK não estava ainda preparada para uma mudança na sua cultura técnica, táctica e de vida. O futebol é pós isto mesmo (sic). E o jogador de futebol pós moderno é hoje a democratização, no quotidiano, daquilo que as vanguardas pretendiam com a arte: expressão pessoal, expansão da experiência, vida privada. Em contraste com o jogador de futebol meramente moderno, forjado pelo liberalismo económico e que se assumia como burguês, progressista, tenso, lento no rasgar de linhas de passe e por vezes, gordo e calvo (Nivaldo, do Portimonense). Assim sopram os ventos do tempo.