19.11.03


Medane, Zim e Barnjak, a lendária tripla de ataque dos 3 F's: feios, fortes e famalicenses.
Três exemplos da peculiar onomástica do Famalicão em meados dos anos noventa.

A ONOMÁSTICA NO FUTEBOL (2ª parte)
Pelo Sr. Aurárcio Mélio, onomasticista.

O nome Vila Nova de Famalicão já terá ocorrido aos mais bem informados dos meus estimadíssimos leitores. É pois um facto: o team do Famalicão 91/92 é uma verdadeira delícia para os amantes da onomástica. A descrição poderia ser exaustiva, e por isso resolvemos focalizar toda a nossa atenção apenas na defesa, mais especificamente na tripla de centrais exibida pelo grémio famalicense.
Assim, enquanto do meio campo para a frente tínhamos verdadeiras preciosidades onomásticas como Brazete, Gena (sim, era um homem ), Barnjak ou Dane Kupresanine (embora, para quem não saiba, na Bósnia-Herzegovina, Kupresanine corresponda ao nosso portuguesíssimo Silva), na defesa tínhamos, quais anjos de Charlie, a tripla infernal, um verdadeiro muro de Berlim (só que posterior a 1989) constituído por Ben-Hur, Tanta e Lula.

Ben-Hur de Oliveira deriva obviamente a sua pós–moderna graça, dessa mítica personagem literária criada por Lew Wallace e protagonista do romance histórico com o mesmo nome. Desembarcou Ben-Hur na ocidental praia lusitana na já longínqua época de 87/88, para representar o histórico “Marialvas”. Pois nessas primeiras épocas em Portugal, Ben-Hur era sem dúvida o mais forte remador da embarcação romana que era o Marialvas. Não havia chicotada psicológica que o detivesse. A qualidade técnica do Marialvas era de tal ordem que Ben-Hur era uma verdadeira vedeta. Um autêntico Charlton Heston da defesa Marialvense.
Claro está que tais prestações lhe valeram 3 consequências: ascensão na carreira, ingresso no Famalicão e finalmente a tomada de consciência das suas reais (in)capacidades. É certo que a personagem Ben-Hur do romance passa uns anos da sua vida agarrado a um pau (remo), mas nos anos seguintes, em Famalicão, o nosso Ben-Hur exagerou no seu uso. É que na última época Bennie (para os amigos) foi expulso 4 vezes! Claro que essa sua faceta lhe valeu a ida para divisões inferiores onde andou durante anos representando clubes de inegável dimensão como o Lourosa, Freamunde ou Câmara de Lobos.
E pronto: na 3ª parte do post não percam: Tanta e Lula.