Vialli, Gullit e Makopoloka Mangonga: três monstros sagrados do futebol Pós Moderno
na Europa, no final dos anos oitenta.
COMPREENDER O PÓS MODERNISMO NO FUTEBOL
3 - UM ESPECTÁCULO PÓS MODERNO?
Pelo Professor Quarlos Eirós
Em meados dos anos 80 o pós-modernismo chegou aos jornais e revistas, caiu nas bocas da população. Nomes como Jan Ceulemans, o demónio belga, Michel Platini, Pierre Littbarsky, Jaime das Mercês, Igor Belanov, António Borges, Gianluca Vialli, Forbs, Chiquinho Carlos, Mangonga ou Ruud Gullit tornaram-se familiares aos olhos do cidadão mediano. Um novo estilo de jogo com mecanismos e ideias, gostos e atitudes nunca dantes badalados, coloridos pela extravagância e o humor (vide a revienga que Maradona sempre utilizava ou mesmo as fintas de corpo de Nando Chalana e Vermelhinho), surgiram por toda parte, fazendo com que o jogador pós-moderno consuma o futebol como um jogo personalizado de bens e serviços. O hedonismo - moral do prazer (não de valores) encontrado na satisfação aqui e agora - é a sua filosofia portátil. Mandar o árbitro para aquela parte, insultar a mãe do defesa esquerdo adversário, tentar acertar com a bola num espectador com cara de otário, ser avançado centro e fazer cerca de 145 jogos em 5 anos na primeira divisão portuguesa e marcar uma média de 4,875 golos por época, são modos de exercício dessa mesma satisfação narcisista, libertadora e pós moderna, tal como fazer duzentos quilómetros para comer uma bifana mal passada no Bigodes, perto de Leiria.
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